terça-feira, 10 de agosto de 2010

“O País do Futebol, é o País da Adoração!”. Com certeza você deve ter ouvido essa música do ministro André Valadão, mas que tal unir o futebol ao Evangelho? Pois é com uma bola na mão e a Bíblia na outra, que o professor Lúcio Silva, da Igreja Presbiteriana de Manaus (IPM) já alcançou aproximadamente 3.500 garotos, entre sete e 20 e anos, em todo o Amazonas, com o "Atletas de Cristo", nos últimos quatro anos. “Criei esse projeto para resgatar essas crianças da violência e das drogas, mostrando que Jesus é o único caminhonico caminho mostrando que Jesus o o Amazonas.”, disse. "Usamos o esporte como uma forma de evangelizar e resgatá-los da exclusão social", completou.
O trabalho tem 14 núcleos espalhados por Manaus, principalmente na Zona Leste, e em mais dois nos municípios: Itacoatiara (a 266 quilômetros da Capital) e Boa Vista do Ramos (a 367 quilômetros). A sede fica no Sesc do Campos Elíseos, na Zona Oeste, onde também são feitos os treinamentos do Libermorro, que fechou uma parceria com o projeto para dar oportunidade aos aspirantes a jogador profissional no Campeonato Amazonense deste ano. "Escolhemos implantar nos bairros considerados mais violentos da cidade e os meninos ficaram mais motivados ao poderem competir por um clube profissional", declarou Silva, que também é diretor de futebol do time.
Para participar do projeto é preciso seguir alguns princípios básicos, como não falar palavrão, tirar boas notas na escola e ser obediente aos pais e aos instrutores. Não é cobrado qualquer tipo de matrícula ou mensalidade e os integrantes ainda ganham um prato de sopa, após cada treinamento no campo. Todos que trabalham no atendimento aos meninos são voluntários, membros de diversas denominações cristãs. "Ainda temos dificuldade de conseguir apoio da igreja, porque muitos falam em evangelizar os jovens, mas poucos se mobilizam para colocar isso em prática", afirmou o idealizador do Atletas de Cristo. "É preciso sair do comodismo e olhar para esses garotos", enfatizou.
Um dos veteranos, Ederlan Guerreiro, 21, chamado pelos colegas de "Neto", conheceu o projeto após ser convidado por um vizinho e se entregou ao Salvador apenas três meses após ingressar no grupo. Depois de competir pela categoria juniores em 2006 e no ano passado, ele chegou a elite do futebol amazonense e, hoje, atua como lateral esquerdo no Lili."Todo sábado o professor pregava a Palavra e não demorou para eu abrir meu coração", disse. O atleta é o único evangélico da família e ora para que os pais e os três irmãos conheçam ao Deus que ele serve. "Meus pais são separados, minha mãe gosta de beber e meus irmãos só querem saber de balada", lamentou.
Nascido em Manacapuru (a 86 quilômetros de Manaus), o jogador, que torce para o São Paulo, quer fazer faculdade de Educação Física e ser contratado para jogar num clube grande nacional. Depois de encerrar a carreira esportiva, Ederlan pretende ser pastor. "Eu vivia em bebedeira e festinhas, mas hoje sei que isso não presta", afirmou. "Quero mostrar aos jovens que o homem foi feito para viver na presença de Deus; o coração humano tem um vazio e não adianta tentar preencher com essas coisas", explicou o rapaz. "Deus é real e somente Ele pode mudar a nossa forma de pensar e agir", completou.
De berço evangélico, o estudante Silvano dos Santos, 13, também recebeu Cristo como Salvador durante uma das pregações de Lúcio Silva. Há dois anos e meio no projeto, o menino apelidado de "China" e "Esquerdinha" gosta de ler a Bíblia e também quer "pastorear ovelhas". Mas ele revelou que não era bem assim. "Apesar de ter crescido na igreja, não valorizava a Palavra de Deus", declarou. "Mas hoje gosto muito de ler e quero ser pregador e jogador de futebol profissional", ressaltou o menino. O livro preferido dele é o de Apocalipse. "Acho interessante, porque fala sobre o futuro", opinou.

*De volta à escalação*

Se tem alguém do time que valoriza muito a chance de servir ao Reino de Deus é Ednelson Sena, 20. Ele também cresceu num lar cristão e sempre acompanhou a mãe e os oito irmãos aos cultos, em Maraã (a 920 quilômetros de Manaus), mas nunca levou o Evangelho a sério. De família humilde, o rapaz parou os estudos na sétima série para ajudar na roça e, sem perspectiva de vida, começou a beber e se envolver em confusões. "Em cidades pequenas não temos um futuro além de trabalhar na roça e não existe limites para festas, com bebida e prostituição", informou. "Cheguei até a ser preso por agredir uma moça e, depois de dois dias na cadeia, decidi que não queria continuar assim", revelou.
Afastado do Senhor, e motivado pela vontade de ser um profissional dos gramados desde criança, Ednelson decidiu se mudar para a Capital há 1 ano e meio procurar o Atletas de Cristo. "Eu vi uma matéria na televisão e achei que teria uma chance", disse o atleta. Desde que chegou à cidade, ele passou pelos times do Rio Negro e Olímpico; e também recebeu uma oportunidade de ser titular do Libermorro no estadual. "Quando vim para o projeto ainda bebia, mas recebi muito apoio e entreguei minha vida a Cristo há 1 ano", declarou com um sorriso.
Com a vida renovada, o jogador quer voltar a estudar e investir na carreira esportiva, sem nunca mais se desviar do caminho de Jesus. Para ele, a alegria da mãe ao saber da "volta do filho pródigo" à casa do Pai e poder fazer o que mais gosta são o impulso para a realização de outro sonho. "Quero dar uma vida melhor para a minha família, batalhar para dar uma casa digna a minha mãe e mostrar a todos o que Deus fez por mim", afirmou. "Agradeço a Ele por ter me tirado da lama e me dado uma nova chance", completou emocionado.

Foto: Marcell Mota - Amazonas Em Tempo

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